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Qual é a idade certa para as redes sociais?

No Brasil, o governo passou recentemente uma lei que proíbe uso de celulares nas escolas. A Austrália proibiu o acesso às redes sociais para menores de 16 anos. Após os pais e cientistas, será que chegou a vez dos políticos finalmente se envolverem com o assunto?

Uma primeira na história das redes sociais. No dia 28 de novembro, o Parlamento australiano aprovou uma lei obrigatória para proibir as redes sociais para menores de 16 anos. O texto obteve amplo apoio entre os diversos partidos, o que mostra um consenso sobre os danos causados por plataformas como Instagram, X e TikTok entre os mais jovens. Por isso, o acesso a essas redes será agora proibido para menores de 16 anos, e as plataformas poderão ser severamente multadas, com multas de até 50 milhões de dólares australianos (cerca de 186 milhões de reais) caso não cumpram a lei.

Para os Australianos as redes sociais são fontes de ansiedade, favorecem a pressão social e, o mais grave, podem ser ferramentas para predadores online. O primeiro-ministro, Anthony Albanese, deseja “que os jovens voltem a frequentar os campos de futebol, críquete ou qualquer outro esporte”, em vez de passarem o tempo nas telas. Para ele, “uma maneira de alcançar isso é restringir o acesso às redes sociais”. Embora essa proibição seja, até o momento, a mais rigorosa do mundo, ainda faltam detalhes concretos sobre sua aplicação. Os decretos que irão detalhar a lei deverão ser conhecidos até o final de 2025, e já se sabe que o WhatsApp e o YouTube deverão ser isentos, pois são muito utilizados pelos alunos.

No Brasil

Embora a implementação ainda enfrente desafios, a questão tem ganhado relevância política, e o debate sobre os impactos das redes sociais na juventude se expandiu globalmente. A conscientização está claramente presente: as redes sociais são reconhecidas como prejudiciais ou até perigosas para os jovens.

No Brasil, há um projeto de lei sendo avaliado que propõe estabelecer 12 anos como a idade mínima para o acesso às redes sociais. Além disso, foi sancionada no início de janeiro pelo presidente Lula uma lei que proíbe o uso de celulares por estudantes nas escolas, mostrando uma conscientização sobre o assunto. Embora alguns estados já tenham adotado leis sobre o uso de celulares nas escolas, o governo planeja implementar a restrição em todo o país a partir do ano letivo de 2025.

Espanha, China, França

Outros países também estão se interessando por esse tema, e outras leis estão sendo preparadas, como na Espanha, onde o Conselho de Ministros aprovou em junho de 2024 um projeto de lei que define 16 anos como idade mínima para o acesso às redes sociais. Um sistema de identificação para bloquear o acesso dos menores está em fase de desenvolvimento.

Na China, o acesso de menores às redes sociais é proibido, e desde 2023, além da existência de um verdadeiro toque de recolher digital, os menores não podem acessar a Internet entre as 22h e as 6h da manhã. A versão chinesa do TikTok também é limitada a 40 minutos por dia. Quanto aos Estados Unidos, a ameaça de proibição do TikTok está mais ligada a questões de proteção de dados americanos e segurança interna do que à proteção dos menores. No entanto, alguns estados americanos já estão tentando proibir o acesso às redes sociais para menores de 16 anos, como na Flórida, onde uma lei deverá entrar em vigor no início de 2025.

Na França, o acesso às redes sociais é proibido antes dos 13 anos, mas, na prática, essa proibição é pouco respeitada. Uma lei aprovada em 7 de julho de 2023 estabeleceu a maioridade digital aos 15 anos.

As redes sociais terão que implementar uma solução técnica para verificar a idade de seus usuários e depois de promulgada, a lei dará um ano para as plataformas encontrarem soluções técnicas, mas, por enquanto, ela ainda não entrou em vigor.

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