Avós se casam para “terminar a vida na graça de Deus”

Após 40 anos de casamento apenas no papel, Carlos e Susana disseram “sim” diante de Deus na capela do hospital onde ele faz tratamento contra um câncer

O casal colombiano Carlos Ariza e Susana Orejarena vive uma história de amor e fé. No início de 2023, eles receberam a bênção do sacramento do matrimônio no Hospital Internacional da Colômbia (HIC), acompanhados de seus familiares.

“Estou muito feliz em poder dizer ‘sim’ novamente para minha esposa… É também uma bênção de Deus para nossos filhos. Pedimos ao monsenhor que nos casasse para que pudéssemos terminar nossas vidas na graça de Deus”, disse Carlos ao Notícias Caracol, contando a emoção que sentiu durante o casamento católico.

Há quatro décadas, quando ele tinha 26 anos e ela 22, o casal se casou no civil e começou a constituir família. Hoje eles têm três filhos e dois netos, que lhes trouxeram grandes alegrias e com quem superaram grandes provações. O mais recente desses desafios tem a ver com a saúde de Carlos. Ele está sofrendo uma recorrência do linfoma de Hodgkin, que aparentemente tinha superado há 10 anos por meio de cirurgia e quimioterapia.

“A cerimônia mais divina”

“Essa história começou quando Carlos veio até nós expressando seu desejo de se casar com sua esposa em uma cerimônia religiosa”, disse Yadir Molina, supervisor do HIC.

A equipe do centro médico, então, os ajudou a organizar a cerimônia em alguns dias. Susana entrou na capela acompanhada dos filhos e portando um arranjo de flores tropicais. Carlos estava sentado em uma cadeira de rodas esperando por ela. Ambos estavam elegantemente vestidos de branco.

“Quando Susan entrou e eu olhei para ela, ela estava linda… toda vestida de branco, muito bonita. Ela está feliz e contente e isso me deixa feliz”, contou ele em uma mensagem compartilhada pelo hospital no Instagram.

“Uma pessoa se entrega a outra até o fim, não importa quando seja o fim”, disse Susana. Ela relembrou as quatro décadas que viveram juntos e celebrou a decisão de se unir diante de Deus em meio à doença do marido. “É preciso lutar até o fim. Enquanto houver esperança de vida, você tem que lutar por ela. Ele sempre foi um lutador e por isso o admiro”, completou.

Apesar do desconforto causado pela doença, Carlos ficou sorridente durante toda a cerimônia. Ele continuou olhando carinhosamente para sua esposa e a beijou várias vezes nas mãos, apesar da máscara que tinha que usar.