Francisco José Tenreiro – Negritude Existencialista
Assinala-se este ano o 60º aniversário da morte prematura do intelectual luso-santomense, Francisco José Tenreiro. Foi um homem de letras e geógrafo. O seu perfil e a atualidade dos seus escritos foram explicitados no programa “África em Clave Cultural” pelo poeta, Filinto Elísio, e pela docente universitária, Patrícia Martinho Ferreira. Eles põem em evidência a sua inquietude pelo racismo e colonialismo que afetam os negros e o seu combate a esses males através da cultura.
Dulce Araújo – Vatican News
O legado poético e ensaístico de Francisco José Tenreiro é ainda hoje uma referência na literatura africana em língua portuguesa – sublinha Filinto Elísio (Rosa de Porcelana Editora) na sua crónica sobre esse intelectual, considerado por alguns críticos um pouco controverso por ter, por um lado, abraçado a Negritude e, por outro, não ter explicitado, inequivocamente, a sua oposição ao regime imperialista da época.
Para a Professora Patrícia Martinho Ferreira, docente na Universidade de Massachusetts Amherst, isto ficou a dever-se à mestiçagem e à situação familiar de Tenreiro, cuja obra não pode ser inscrita no discurso nacionalista em sentido lato.
No entanto, tal como o Filinto Elísio, ela considera que Francisco José Tenreiro ocupa um lugar importante na literatura em língua portuguesa e apela à revisitação dos seus escritos que são de grande atualidade pelo seu caracter transcultural e transgeográfico. Ela chega mesmo a estabelecer uma relação entre os seus escritos e as de vários afrodescendentes de hoje.
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