Imagino que o mundo inteiro esperava essa boa notícia
“Imagino que o mundo inteiro espera essa boa notícia: amanhã, o Papa sairá”, anunciou ele no dia 22 de março de 2025. Após 38 dias lutando contra uma grave infecção respiratória, o Papa de 88 anos se preparava para retornar à sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano, onde continuaria sua recuperação nos próximos dois meses.
O murmúrio de alívio se espalhou entre os jornalistas enquanto os doutores Alfieri e Luigi Carbone, responsáveis pelo cuidado do pontífice, detalhavam sua condição. “Estava nos perguntando há dias: ‘Quando é que eu volto para casa?’, contaram, assegurando que as infecções preocupantes estavam controladas e que o líder da Igreja Católica estava pronto para a próxima fase de sua convalescência.
Nos dias que se seguiram, o Papa enfrentou desafios significativos. Ele havia contraído uma pneumonia que afetou ambos os pulmões, além de uma infecção polimicrobiana. Durante sua hospitalização, ele passou por crises respiratórias intensas, momentos em que o risco de vida era palpável. Mas, com o espírito forte que sempre o caracterizou, ouviu dos médicos que a pneumonia bilateral estava curada, embora ainda restassem algumas “bactérias e vírus”, que logo seriam eliminados.
Ao sair do hospital, o Papa mesmo com dificuldades de comunicação é capaz de escrever e, segundo os médicos, estava começando a se alimentar novamente. Antes de se dirigir ao Vaticano, ele fará uma breve aparição à janela do hospital para saudar os fiéis durante a oração do Angelus. Contudo, essa será uma aparição silenciosa, já que ele não estava preparado para discursos após quase um mês afastado do público.
A necessidade de repouso e convalescência
Os médicos foram firmes em suas recomendações: o Papa precisava de um descanso prolongado, por pelo menos dois meses. “O hospital é o pior lugar para se convalescer, pois é onde as infecções se espalham”, ressaltaram, destacando que na residência Santa Marta ele daria continuidade à fisioterapia que já havia iniciado durante sua internação.
Durante esse período, as visitas seriam limitadas. O cuidado em evitar novas contaminações era primordial, e os médicos pediram que aqueles que tivessem contato recente com pessoas doentes reconsiderassem suas visitas. Embora os pulmões do Papa estivessem comprometidos e sua voz um pouco debilitada, havia esperança de que ele se recuperasse completamente.
O futuro das celebrações
Com a Páscoa se aproximando, muitos se perguntavam se o Papa conseguiria presidir as celebrações. Os médicos foram cautelosos ao abordar o assunto, afirmando que as decisões seriam baseadas nas melhorias que o Papa mostrasse durante a recuperação. O desejo do Papa de viajar à Turquia para marcar os 1700 anos do Concílio de Nicéia também pairava no ar, mas, como o doutor Carbone admitiu, era difícil prever como estaria a saúde dele nesse momento.
Naquela mesma semana, o cardeal Victor Manuel Fernández, amigo próximo do Papa, expressou suas dúvidas sobre aa condução do Papa Francisco nas celebrações pascais. O tempo que passou sob oxigênio de alto fluxo dificultava sua fala, e ele precisa de fisioterapia.
Momentos críticos na internação
A hospitalização do Papa não foi um caminho fácil. Com um semblante sério, o doutor Alfieri relembrou episódios críticos que ameaçaram a vida do Santo Padre. Na noite de 22 de fevereiro, ele enfrentou uma crise respiratória que exigiu oxigênio de alto fluxo e resultou em complicações que necessitaram até de transfusões sanguíneas. Uma semana depois, uma nova crise complicou ainda mais seu quadro, exigindo intervenções rápidas da equipe médica.
Apesar de tudo isso, Alfieri revelou que o Papa nunca havia sido intubado e, mesmo em momentos de grande incerteza, permaneceu consciente e otimista. “Após passar por momentos difíceis, perguntamos a ele: ‘Santo Padre, como você está?’ E ele, com sua habitual coragem, respondeu: ‘Estou vivo!’”, recordou Alfieri, ressaltando que essa resposta iluminou o ambiente.
Com cada desafio enfrentado, Papa Francisco demonstrou sua força e resiliência. Agora, de volta ao Vaticano, ele se prepara para continuar sua missão, mais uma vez provando que, mesmo nas adversidades, a luz da fé e da esperança sempre brilhará. Essa é uma história que se desdobra, entre altos e baixos, na vida de um líder que inspira milhões ao redor do mundo.