São José, um santo que podemos celebrar três vezes

São José pode ser celebrado em três datas ao longo do ano: no dia 19 de março, no dia 1º de maio e no final de dezembro. Descubra por que! Enquanto a Virgem Maria é celebrada várias vezes no calendário litúrgico, São José tem dois dias dedicados a ele: o 19 de março e o 1º de maio, aos quais se soma a festa da Sagrada Família. 19 DE MARÇOESPOSO DA VIRGEM MARIA E PATRONO DA IGREJA A festa mais importante dedicada a São José é a do dia 19 de março. Trata-se de uma Solenidade, o grau mais alto na celebração das festas litúrgicas, acima da festa e da memória. Esta data foi estabelecida pelo beato Papa Pio IX, que proclamou São José patrono da Igreja Universal em 8 de dezembro de 1870, por meio do decreto Quemadmodum Deus: "Da mesma maneira que Deus havia constituído José, gerado do patriarca Jacó, superintendente de toda a terra do Egito para guardar o trigo para o povo, assim, chegando a plenitude dos tempos, estando para enviar à terra o seu Filho Unigênito Salvador do mundo, escolheu um outro José, do qual o primeiro era figura, o fez Senhor e Príncipe de sua casa e propriedade e o elegeu guarda dos seus tesouros mais preciosos." São José teve a missão de zelar por Maria e Jesus. E, assim como ele os protegeu, continua a zelar pela Igreja Universal, da qual é patrono. 1º DE MAIO JOSÉ ARTESÃORenata Sedmakova | Shutterstock Em 1955, 85 anos após a proclamação de São José como patrono da Igreja Universal, o Papa Pio XII instituiu a festa de São José Artesão, ou "trabalhador", no dia 1º de maio. Trata-se de uma memória facultativa que celebra o trabalho de José como carpinteiro. Através de seu ofício, ele sustentou sua família. E, ao transmitir seu saber ao filho Jesus, ele o introduziu na vida dos homens. Ele é o santo patrono dos trabalhadores, especialmente dos carpinteiros e marceneiros. "Um aspeto que carateriza São José – e tem sido evidenciado desde os dias da primeira encíclica social, a Rerum novarum de Leão XIII – é a sua relação com o trabalho", destaca o Papa Francisco em Patris corde. "São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho.” FINAL DE DEZEMBROCHEFE DA SAGRADA FAMÍLIAPixelDarkroom | Shutterstock Embora não se trate de uma festa especificamente dedicada a São José, a festa da Sagrada Família permite, ainda assim, celebrar uma terceira vez, no ano, o esposo de Maria e o pai adotivo de Jesus. No domingo após o Natal, ou no dia 30 de dezembro, caso o Natal caia em um domingo, a Igreja celebra a Sagrada Família, festa litúrgica instituída em 1893 e estendida a toda a Igreja em 1921. Foi apenas em 1969, após o Concílio Vaticano II, que ela foi associada à festa de Natal. Esta devoção se desenvolveu inicialmente no Canadá, no século XVII, graças a São Francisco de Laval, primeiro bispo de Quebec, após os milagres de Cotignac. Tradicionalmente, São José é representado como o chefe e protetor da Sagrada Família. Sua missão consistiu em guiar e proteger os dois maiores "tesouros" da Igreja: Maria e Jesus. O Papa Francisco o designa como " o verdadeiro «milagre», pelo qual Deus salva o Menino e sua mãe" (Patris corde). "Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7). Face ao perigo iminente de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egito (cf. Mt 2, 13-14)." Portanto, vamos também honrar São José por sua força e coragem como chefe da família. ALETEIA