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A Páscoa e o valor da vida

Que a mensagem da Páscoa possa conservar em nós aquele desejável amor à vida humana que se fundamenta naquele que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14,6).

Luís Eugênio Sanábio e Souza – Escritor

Um ilustre teólogo da Igreja primitiva assim pôde dizer: “Fiducia christianorum resurrectio mortuorum; illam credentes, sumus” = “A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos” (Tertuliano, teólogo nascido em 155). Jesus Cristo pôde dizer: “Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente” (João 11,25-26). Assim, a Igreja Católica ensina que a ressurreição de Cristo (e o próprio Cristo ressuscitado) é princípio e fonte de nossa ressurreição futura. Ressuscitaremos como Cristo, com Cristo e por Cristo.

Mas o que é ressuscitar? “Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da ressurreição de Jesus” (Catecismo da Igreja Católica n° 997). Mas quem ressuscitará?  Todos os homens que morreram. A Igreja explica que “os que tiverem feito o bem sairão para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento (João 5,29)” (Catecismo da Igreja Católica n° 998).

Apoiando-se nas afirmações da Sagrada Escritura, a Igreja ensina que, quando tiver terminado o único curso de nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. De fato, a Bíblia nos diz que “os homens devem morrer uma só vez” (Hebreus 9,27). Por isso a Igreja sempre declarou que “reincarnatio post mortem non habetur” = “não existe reencarnação depois da morte” (Catecismo da Igreja Católica n° 1013). Segundo a fé católica, cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num juízo particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação (purgatório), seja para entrar de imediato na felicidade do céu (comunhão eterna com Deus), seja para condenar-se de imediato para sempre (inferno).

A verdade da divindade de Jesus Cristo é confirmada por sua ressurreição. Sendo verdadeiro Deus, Jesus Cristo é “autor da vida” (Atos dos Apóstolos 3,15).

Infelizmente nos nossos dias a vida humana é frequentemente e gravemente desrespeitada. Em alguns países, algumas autoridades ousam em propor legalizar um suposto direito de praticar o aborto. Na realidade, “a decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom” (Papa João Paulo II: Encíclica Evangelium vitae n° 57). A Igreja, que está do lado da vida, reafirma que “o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis” (Concílio Vaticano II: GS, 51).

Que a mensagem da Páscoa possa conservar em nós aquele desejável amor à vida humana que se fundamenta naquele que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14,6). 

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